segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

II Capítulo da História de Joel Alves de Oliveira - filho de Planaltino - BA.


Em Campinhos, vivi até os 13 anos, alternando um tempo na casa de uma irmã, outro tempo na casa de outra.

UMA FAMÍLIA NUMEROSA
Minha MÃE que tinha o apelido de “DONA DUNINHA” teve 11 (onze) filhos: HILDA, JONAS, MARIA e DAMIANA, GILBERTO, FIRMINA (MINININHA) JUAREZ, FRANCISCO (OLIVEIRA), CECI, JOSÉ ANTONIO e JOEL.
Em Campinhos meu pai comprou um pedaço de terra de mais ou menos 5 hectares do Sr. Teodoro, onde cercou com lasca de Pau-darco e construiu uma casa de três quartos, três salas, uma cozinha e uma dispensa. Nossa casa era a primeira casa de quem chegava em Campinhos, vindo de MORROS, como era chamado PLANALTINO. Além da casa meu pai construiu também um barracão e um curral.
Na frente da nossa casa, tinha um grande espaço vazio, equivalente a um campo de futebol até alcançar do outro lado da rua as casas do Sr. Teodoro e a casa do Sr. Quelemente e dona Fausta, onde existia um enorme pé de Gameleira, Era terreno sem dono, como era todas as terras ao redor de Campinhos.
AMNÉSIA (?) DE CRIANÇA
Acho que toda criança sofre um bloqueio cerebral nos seus primeiros anos de vida, pois, ninguém consegue se lembrar de fatos ocorridos em sua vida, pelo menos  até aos três anos de idade. Você se recorda? Faça um esforço. Veja se você se lembra de alguma coisa ou fato até os 4 anos de idade...?
Na frente ia meu irmão JUAREZ; logo atrás o GILBERTO seguido por  OLIVEIRA e por ultimo, eu e o Brioso, nosso cachorro. Iamos  pra lagoa de João Paulo “nadar e pegar frango d´agua”. Foi a primeira vez que minha mãe permitiu que eu fosse em algum lugar como aquele com meus irmãos. E foi ali naquele estreito e ondulado caminho por entre amargoso, no exato momento em que passávamos sobre uma lombada que eu acordei! Sim, acordei da letargia cerebral amnésica e passei a enxergar as coisas, a sentir a vida e o “eu” que existia em mim. Foi a partir daquele momento que o meu cérebro passou a armazenar fatos, acontecimentos e lembranças na minha memória. Tinha eu, acredito, uns 4 anos de idade.
Continuamos a caminhar e chegamos a Lagoa de João Paulo, onde meu irmão Juarez chamou o Brioso e lhe ordenou: Brioso, vá lá dentro e pegue um frango d´agua ! E como se soubesse exatamente o que fazer, o Brioso entrou na Lagoa e começou a nadar puxando silenciosamente a água com as duas mãos e sumindo no tabual. Eu fiquei ali na margem da lagoa enquanto meus irmãos se banhavam naquelas águas quente e quase salgada.
De repente, surge o Brioso trazendo algo na boca. Todo mundo corre pelado de dentro d`agua pra fora. Brioso ...! Brioso.. !  vem pra cá.. !!  Vem Brioso ...aqui..!! Gritava meu irmão OLIVEIRA.  Finalmente chega o Brioso ofegante. O que é isso Brioso...?.. É um passarinho ...?  Meu irmão JUAREZ se aproxima e pede para o Brioso lhe entregar a presa. Era um filhotinho de frango d´agua. Tá morto? Todos perguntavam. Não.. ! Está vivinho. Fizemos uma roda na beirada da Lagoa pra ver o bichinho de poucos dias de vida. Que vamos fazer com ele.? Depois de todo mundo pegar o bichinho na mão, o JUAREZ me chama: Joelzinho vem aqui... abra e junte suas mãos. E colocou o filhotinho quase inerte em minhas mãos. Agora vamos soltar ele na água bem devagarzinho, tá?. Abri as mãos na água e o bichinho deslizou suavemente e a seguir mergulhou e foi embora pro meio da lagoa. Provavelmente para encontrar os seus pais, que, àquela altura depois de mergulharem com medo do Brioso já estavam com a cabeça fora d´agua por não conseguir ficar por muito tempo submerso.........SEGUE NO TERCEIRO.................