segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

III Capítulo da História de Joel Alves de Oliveira - filho de Planaltino - BA.



 COMENDO OS "CULHÕES" DO BOI.

De 1948 até 1952 meu pai foi Marchante. Comprava Boi, matava e vendia sua carne. Em minha casa havia fartura de carne. Meu pai matava o boi e “dispostava” (?) toda a carne. Ou seja, separava a carne dos ossos, abrindo-a em mantas. Estas mantas de carne eram colocadas abertas em um coxo da madeira e sobre cada uma colocava muito sal grosso.  A carne ficava ali curtindo por uns  três dias, depois por varias noites meu pai colocava as carnes no sereno dependuradas em uns varões e no outro dia bem cedo as recolhia. Virava carne de sol sem tomar sol. A carne ficava salgada com uma consistência macia, como se estivesse cozida. Lembro-me que a minha mãe de posse de uma faca ia até o barracão e ali escolhia carne para o almoço ou jantar fazendo um corte meio enviazado e tirando uma “lapa” de uma boa manta de carne que era enfiada no espeto e assado no fogão a lenha que ficava bem no fundo da cozinha, ao lado da dispensa .
Quando meu pai matava o boi a primeira coisa que fazia era arrancar os “culhões” e mandar pra minha mãe cozinhar pra ele comer. Meu irmão segurava aqueles “culhões” pelo vergalhão e saía balançando para um lado e para outro, como se fosse um badalo de chocalho. Minha mãe pegava aqueles “bagos de boi” limpava bem, tirando toda a pele e depois cortava em quadradinhos bem miudinhos, colocava para cozinhar com bastante tempero, do jeito que meu pai gostava. Lá pro meio dia chegava o meu pai muito suado e cansado, minha mãe colocava água em uma bacia de ágata e ele lavava as mãos e o rosto. Se enxugava em uma toalha alva de saco de açúcar e sentava a mesa onde comia deliciosamente os “bagos do boi” Coma filhos, isto é muito bom pra deixar o homem forte! Dizia meu pai. Mas nenhum de nós se arriscava.
Em 1950 o JONAS meu irmão mais velho, foi para São Paulo; sendo seguido em 1951 pelo JUAREZ e logo depois em 1952, pelo OLIVEIRA (FRANCISCO). Meu pai deixou de matar boi, pois, não tinha mais dinheiro para comprar os animais. Acho que este fato causou um grande estrago emocional no meu pai e um grande problema familiar. Meu pai perdeu um pouco do animo para o trabalho. Meu pai passou a fazer pequenas roças de feijão, milho e mandioca que não era suficiente para o sustento da família e em 1953 foi para São Paulo, juntamente com meu cunhado Paulo Borges, casado com HILDA. Dois anos depois meu pai voltou “com uma mão na frente e outra atrás”. A partir deste período, minha mãe assumiu o sustento da família, trabalhando dia e noite no “cabo da maquina de costura”. Minha mãe pegava roupa de homem para costurar e com o dinheiro que recebia comprava as coisas para manutenção precária da família. Casaram minhas irmãs MARIA com ZÉCA BORGES, “MINININHA” com DAMIÃO AMANCIO e DAMIANA com JOÃO AMANCIO. Meus irmãos que estava em São Paulo, vez por outra, mandavam um dinheirinho que ajudava e muito para pagar as contas que mamãe fazia fiado pra gente comer.   
Eu fiquei muito doente com uma “tabua” de um lado da barriga e.........................
SEGUE  NO QUARTO CAPITULO...............


I Capítulo da História;
II Capítulo da História..

Fonte: Joel Alves de Oliveira -  Autor.


Dica Importante: constela-brasil-palestra-claudia-vassao



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